A morte do Augusto Coutinho
06/10/2012 23:52
Augusto Coutinho, professor de História reformado e antigo instrutor de judo, tencionava soltar o cão, que há algumas semanas estava numa improvisada casota, na esquina da rua onde residia, no bairro da Ponte. Não o fez porque morreu junto ao animal de infarto massiço de miocárdio.
Incomodado com as condições em que o animal ali ficava – com uma corrente enrolada ao pescoço e fechada com um cadeado – Augusto Coutinho, bastante conhecido na cidade por ter dado aulas a várias gerações de habitantes, já tinha apresentado uma queixa na esquadra da PSP. Pelas 03h30 de ontem, munido de um alicate e de uma lanterna, foi libertar o cão. Mas não regressou. A mulher deu pelo desaparecimento de manhã e comunicou ao filho, que procurou o pai nas redondezas, vindo a descobri-lo às 10h30, caído junto ao animal. Os agentes da PSP colocaram uma fita a circundar a área e, após as diligências oficiais, saíram do local às 12h00 – deixando o cadáver de Augusto Coutinho e o cão lado a lado durante quatro horas e meia, o que provocou natural revolta dos amigos e dos familiares da vítima