CARREIRA HOSPITALAR - Hospitalar Activity

CARREIRA HOSPITALAR - Hospitalar Activity

Preparação geral

Terminado o Curso de Medicina, preocupou-se em iniciar uma formação cuidada como Clínico Geral.
Durante o ano de estágio frequentou, como voluntário, o curso de Médico Vacinador do B.C.G., de que possui o respectivo diploma passado pelo, então, Instituto de Assistência Nacional aos Tuberculosos. Realizou, também, com aproveitamento, em estágio voluntário, um ano de prática hospitalar no Centro de Transfusões de Sangue do H.U.C.
Como Médico Interno do H.U.C. efectuou a sua preparação clínica nas Enfermarias 1a MH, 2a MH, Infecciosas e 2a CH. Foi nesta última que iniciou a sua aprendizagem cirúrgica prestando as primeiras ajudas.
Durante o Serviço Militar, em Leiria, continuou a exercer clínica geral como médico das Caixas de Previdência de Leiria e Lanifícios de Mira de Aire.
Posteriormente, já em Moçambique, colocado como médico do Batalhão de Mueda, onde permaneceu cerca de treze meses, foi-lhe permitido o começo de uma estreita colaboração com as equipas cirúrgicas da Enfermaria de Sector. A sua participação no trabalho cirúrgico diário, embora voluntária, não deixou de ser efectiva permitindo-lhe tomar conhecimento de uma trauma-tologia diversa e aparatosa. Atendendo ao grande movimento daquela  enfermaria,  realizou  inúmeras  ajudas  e algumas intervenções, conseguindo um treino operatório de iniciação valioso. Mais tarde, em Nampula, sentindo já um certo gosto e entusiasmo pela Traumatologia, acompanhou, voluntariamente, as actividades do Ortopedista do Hospital Militar de Nampula (primeiro com o Dr. Freixo Osório e depois com o Dr. Baptista). Colaborou nas consultas de Ortopedia dos Hospitais Militar e Civil de Nampula e interveio em ajudas de cirurgia ortopédica nos referidos hospitais.
 

Actividade no H.U.C. durante o Internato de Especialidade e como Médico Eventual

Como Médico Interno da especialidade de Ortopedia realizou a sua aprendizagem nas enfermarias de Traumatologia do antigo Hospital da Universidade de Coimbra e de Ortopedia-Celas . Participou activamente nas Consultas Externas e no Serviço de Urgência do referido hospital.
Após exame final do Internato de Especialidade (1977), já como Médico Eventual (equiparado a Assistente Hospitalar), ficou responsável por vinte camas no Sub-Sector de Homens em Ortopedia-Celas.
Para além da actividade assistencial que lhe competia como Ortopedista, desenvolveu, de colaboração com o Dr. Manuel Leão , trabalho intenso na organização desse recém criado Sub-Sector (consulta externa, selecção de processos para admissão de doentes, iconografia e ficheiro fotográfico). 
Colaborou com o Director de Serviço, Professor Doutor Norberto Canha, no estudo de novas técnicas cirúrgicas , até então ainda não utilizadas no H.U.C., e na recolha sistemática de material para estudo e investigação - citologia e cintigrafia osteoarticular.
A actividade referida só foi possível devido ao entusiasmo, iniciativa criadora e exemplo de dedicação ao Serviço, do Professor Doutor Norberto Canha. O seu apoio foi o estímulo que ajudou a vencer as inúmeras dificuldades inevitáveis num sector recém-criado, em fase de organização, de um serviço em rápido crescimento.

Actividade no H.U.C. como Especialista e Chefe de Serviço Hospitalar

Já Especialista do H.U.C. (1980) continuou a desenvolver todo o trabalho que iniciara, em Ortopedia-Celas, como Médico Eventual (equiparado a Assistente Hospitalar), após o exame final de Internato de Especialidade (1977).
Influenciado por um estágio que havia frequentado no Centro de Traumatologia e Ortopedia de Illkirch (Strasbourg), no final do ano de 1979, introduziu, no Serviço, a técnica de encavilhamento centro-medular fechado aparafusado de Grosse. Escreveu nessa altura um texto, em português, com a descrição minuciosa da técnica, tal como a tinha aprendido no curso acima referido, que distribuiu por todos os elementos do Serviço que se mostraram interessados. Apesar do seu desejo de contribuir, pessoalmente, para a difusão deste método dentro do Serviço, não lhe foi possível, na prática, dedicar-lhe o tempo desejado. De facto, embora estivesse prevista, por imperativo do Sector onde trabalhava, a sua inclusão no grupo de trabalho dos encavilhamentos fechados, na preparação do tema do VII Congresso Nacional de Ortopedia (Outubro de 1980), acabou por ser indigitado, pelo Director de Serviço, para fazer parte integrante de um novo grupo de trabalho. Este destinava-se à preparação de uma Unidade de Gessos Funcionais que apresentasse, no referido Congresso, resultados de tratamento biológico das fracturas. Embora tivesse oferecido, inicialmente, uma certa resistência, não só porque a sua formação era essencialmente cirúrgica como também porque o prazo para apresentar conclusões era, a contar dessa data, muito curto, deixou-se contagiar pelo entusiasmo do Director de Serviço sentindo-se impelido a aceitar uma tarefa que sabia, à partida, não ser fácil.
Após um curto estágio com o Dr. Fernandez Esteve  (Fevereiro de 1980) no Hospital La Fe, em Valência, desenvolveu com outros elementos do Serviço, intenso labor na organização de uma Unidade de Gessos Funcionais, no H.U.C., destinada ao tratamento biológico das fracturas. Ultrapassadas as dificuldades iniciais de ensaio da técnica e atendendo aos bons resultados que com ela ia obtendo, conseguiu, a partir do referido Congresso, que esta se tornasse um método de rotina no Serviço.
Em 1981 foi colocado numa enfermaria de Traumatologia - Traumatologia IV. Aí desenvolveu uma actividade importante como Especialista, respondendo directamente perante o Chefe de Clínica do Sector, Dr. Rodrigues da Fonseca. Tratando-se de uma enfermaria de mulheres com grande percentagem de fracturas articulares, foi enriquecendo, cada vez mais, a sua experiência neste tipo de traumatologia. O grande número de fracturas trocantéricas em doentes idosas com precárias condições de estado geral, levou-o a utilizar, com uma frequência cada vez maior, o método de encavilhamento elástico de Ender que, embora iniciado no Serviço a partir de 1978, ainda não se tinha, até então, implantado na rotina diária.
A sua presença numa enfermaria de Traumatologia em simultaneidade com a rotação, para Traumatologia, dos outros especialistas que com ele mais directamente colaboravam no tratamento biológico das fracturas, permitiu uma modificação apreciável na dinâmica até aí imprimida à Unidade já referida. A aceitação do método pelo Serviço foi, sem dúvida, o mais importante estímulo para que continuasse a acumular o trabalho de rotina da Enfermaria com o peso e a responsabilidade de uma consulta de gessos funcionais cada vez mais sobrecarregada. A importância que este método de tratamento de fracturas começava a ter no Serviço era tal, que já no relatório de actividades referente ao ano de 1981, o Director de Serviço comentava acerca dos gessos funcionais: “Embora de início recente, é já importante o número de doentes tratados por esta técnica, funcionando, também, em regime de consulta externa, mas diferenciada das restantes, e pela qual irão passar todos os Internos da Especialidade e todos os Especialistas do Serviço, já que o domínio deste método se torna indispensável na preparação teórica de todo o Ortopedista ”.
Durante a sua passagem por enfermarias de Trauma-tologia procurou criar, sempre, condições que tornassem possível a existência permanente de vagas na enfermaria e uma curta espera por parte dos doentes traumatizados, até à solução cirúrgica da sua situação de incapacidade transitória. Com o entusiasmo que conseguiu transmitir aos seus colaboradores foi-lhe possível obter tempos de internamento significativamente baixos, apesar da existência de grande percentagem de fracturas complexas e de amplas exposições. Nunca pensou, no entanto, que a qualidade de assistência pudesse atingir-se unicamente à custa da cirurgia tentando, sempre que possível, explorar todas as possibilidades e modalidades do tratamento não cirúrgico. Seguindo esta linha de pensamento fez o possível por procurar transmitir aos seus colaboradores a preocupação de nunca negligenciarem a enfermaria onde, a seu ver, deviam acom-panhar, obrigatoriamente, todas as fases de tratamento dos doentes intervindo, activamente, em toda a sequência terapêutica. 
Em 1983, de acordo com o plano de rotações previstas para o Serviço, voltou ao Sector de Ortopedia-Celas mas, desta vez, responsável por 50 camas. 
A partir de fins de Outubro de 1984 foi-lhe facultado um regime de trabalho que lhe deu a possibilidade de se dedicar à investigação com o objectivo de preparar a sua Dissertação de Doutoramento, tendo continuado, no entanto, a dar  aulas e a assegurar as consultas da Unidade de Gessos Funcionais e a escala de Serviço à Urgência.
Em 1989, por motivo da doença do Dr. Grego Esteves , veio a assumir, como Chefe de Serviço Hospitalar, a chefia da Enfermaria de Ortopedia 2 do H.U.C.
Em 1990, a Ortopedia 5 e a Unidade de Cirurgia da Mão ficaram, por razões operacionais, sob a  sua responsabilidade directa, integrando, com a Ortopedia 2, uma mesma unidade de tratamento de 45 camas. Nesta unidade foi possível obter uma assinalável participação de todos os médicos, enfermeiros e pessoal auxiliar nas tarefas distribuídas, com a necessária observação das normas e rotinas que iam sendo estabelecidas. Foi então obtido, no Sector, um salutar sentido de equipa que veio substituir algumas das incompreensões e quezílias iniciais. 
Apesar da retomada da gestão da actividade de rotina na referida unidade de tratamento, concluiu a redacção da sua Dissertação de Doutoramento, aproveitando, da melhor forma possível, todos os tempos que conseguia livres.
Sentindo-se contagiado pela crescente divulgação das Tecnologias de Informação e Comunicação e impelido pela necessidade de resolver problemas complexos, manipular imagens e proceder ao tratamento de dados numerosos, passou a utilizar o computador como suporte imprescindível no seu trabalho. Os conhecimentos que resultaram da familiarização com diversos tipos de sistemas informáticos, através de linguagens de programação e de vários programas de aplicação constituem, na sua perspectiva, um inestimável factor de valorização profissional.
Em 1992 foi nomeado como responsável da Consulta Externa de Ortopedia. Iniciou nesse mesmo ano a Consulta de Osteoporose.
A partir de 1995, em virtude das obras decorrentes em Ortopedia 2/3, foi colocado em Ortopedia 1 passando, então, a assumir a responsabilidade do referido sector.